Análise do Baixaki Jogos está no ar
E a primeira análise do Spore no Brasil já está no ar. E é do Baixaki Jogos, como vocês podem ler depois do pulo ou através desse link.
Um game monstruosamente bom é criado pela EA.
A Maxis atingiu milhões de jogadores com seus jogos peculiares, atingindo profundamente o desejo das pessoas em conhecer mais sobre a vida. The Sims é o melhor exemplo para tal façanha, visto que a franquia é uma das mais bem-sucedidas do planeta. Simular o cotidiano é algo infinitamente atraente para alguns.
Com isso, não há como negar que a empresa criou excelentes jogos diferentes e curiosos. Foi com base nessa filosofia que a Electronic Arts, proprietária dos estúdios de desenvolvimento da Maxis, decidiu misturar uma grande variedade de gêneros de jogos em um só título: Spore.
Spore reúne basicamente estratégia, simulação, RPG e ação em uma fórmula maravilhosa. O efeito foi um game amplo e completo, cativando até mesmo os jogadores mais "hardcore" (aqueles que preferem jogos diretos, dinâmicos e baseados em apenas um único gênero).
Depois de uma longa espera, a equipe Baixaki Jogos finalmente conseguiu colocar as mãos no jogo e brincar com as diversas atividades propostas. O resultado? Vamos dizer apenas que a espera valeu a pena. E muito.
A origem da vida
O conceito de Spore é simplesmente transcendental. Vai muito além de qualquer proposta que um videogame já teve e oferece um nível de interação entre jogador e game provavelmente nunca visto antes.
Prova disso é a possibilidade de criar inúmeras criaturas, construções, veículos e muito mais. Spore conta com três modos: Criar, Jogar e Compartilhamento. No modo Criador, existem, no total, 19 editores diferenciados, o suficiente para boas horas de entretenimento criativo.
Torne-se um criador de criaturas!
Esta categoria subdivide-se em criador de pré-criaturas, criador de criaturas tribais, criador de criaturas evoluídas para o estágio tribal, criador de criaturas civilizadas e criador de criaturas espaciais.
Cada um desses editores permite que você crie e edite criaturas que podem ser utilizadas ao longo do jogo. A partir do estágio tribal, é possível adicionar vestimentas e equipamentos às suas criações.
Entretanto, de todos os três estágios que disponibilizam vestimentas, somente o estágio tribal oferece atributos devido ao uso de vestimentas. O motivo é bastante lógico, já que durante o período de desenvolvimento tribal da civilização humana, o homem costumava utilizar amuletos de intimidação e armaduras para aumentar sua proteção.
Construções e veículos
Se as possibilidades de criação experimentadas na versão demonstrativa de Spore, disponível para download no Baixaki, já impressionaram muito os jogadores, a versão completa deixará todo fã de jogos de estratégia e RPG simplesmente boquiaberto.
Além de contar com muitos recursos a mais, o jogo traz ainda um criador de construções e veículos. São quatro opções de construções diferentes: prefeitura, casa, fábrica e entretenimento, e cada uma delas tem seu uso específico:
A partir do estágio de civilização, a prefeitura serve para fundar novas cidades, as casas para aumentar a população da cidade, bem como o limite de veículos suportados, fábricas servem para aumentar a receita da cidade, ao custo de reduzir a felicidade dos habitantes e, por fim, as construções de entretenimento aumentam a felicidade dos habitantes, o que protege a cidade de ataques religiosos.
Jogar: palavra forte
É estranho pensar que o modo Jogar aparece separadamente do modo Criador. Por acaso passar várias horas na edição de monstros e construções bizarras não é jogar? Não em comparação com as fases do jogo: célula, criatura, tribo, civilização e dominação espacial.
Apesar de muitos pensarem que os jogadores teriam a possibilidade de escolher qualquer uma das fases a qualquer momento, isso não é possível inicialmente. É necessário experimentar cada uma das fases para ter acesso às próximas. Depois sim, há a chance de escolher qualquer uma das etapas a qualquer momento.
Saia da sopa celular
De modo muito semelhante ao que ocorre com o jogo flOw, a primeira fase de Spore leva o jogador a controlar um pequeno microorganismo. Logo de início, o gamer deve escolher uma tendência: carnívoro ou herbívoro. Há também a possibilidade de ser onívoro, ser capaz de comer tanto plantas quanto carne.
Nadando pela sopa microscópica, deve-se comer o máximo possível até que a célula cresça e evolua. É possível também realizar o tão aclamado acasalamento, fato que leva o jogador a modificar seu ser, caso queira. Lembrando que cada parte adicionada pode influenciar na velocidade e na dieta da célula. Caso a célula morra, outra da mesma espécie (obviamente) é assumida.
Comandos simples pelo mouse ou pelo teclado tornam possível um fácil controle da célula. Após comer freneticamente e disputar espaço com outras células, a célula evolui tanto que acaba desenvolvendo o órgão que difere a racionalidade da irracionalidade: o cérebro.
Depois do término da primeira etapa, aparece uma linha do tempo indicando as tendências da criatura. Todos os números referentes a itens comidos, mortes e outros dados aparecem para indicar qual a tendência que a criatura irá assumir mais adiante.
Enfim, inteligente
Depois de muito trabalho como célula, surge finalmente uma criatura. Mais uma vez, os jogadores podem modificar totalmente a estrutura do bicho, caso queiram. Seres realmente bizarros podem surgir, mesmo com as poucas estruturas básicas disponíveis inicialmente.
Na segunda fase de Spore é feito o controle direto da criatura de maneira parecida com o que acontece na maior parte dos MMORPGs. Visão em terceira pessoa, missões a cumprir, barra de experiência, botões de ações e quantidade de vida limitada.
Naturalmente, a interação com outras criaturas é obrigatória para que essa etapa seja superada. Desta vez, é possível escolher a amizade ou a hostilidade. Pela amizade, basta encantar as outras criaturas para cumprir as missões. Já pela hostilidade...
Evoluindo cada vez mais a espécie com novas partes encontradas pelo mapa e cumprindo sabiamente as missões propostas, essa etapa é superada e surge algo semelhante a Age of Empires: a fase tribal.
Pelo amor ou pela dor
As criaturas montadas pelo usuário avançam mais uma vez em sua evolução constante no mundo de Spore. Agora, a missão do jogador é, mais uma vez, completamente diferenciada.
Lembrando os clássicos do gênero de estratégia em tempo real (RTS), como Age of Empires e Warcraft, o jogador deve agora comandar uma tribo. Ela se desenvolve de diversas maneiras diferentes.
Após aprender os passos básicos do novo estágio, o jogador se vê obrigado a decidir o caminho evolutivo de sua espécie: A primeira tribo adversária é construída em seu planeta, e então é preciso decidir destruí-la ou aliar-se a ela.
No caso de optar por destruir a tribo, deve agir como em títulos como Age of Empires, atacando a tribo, aniquilando seu exército e então destruindo a cabana central. Feito isso, todo o resto da tribo será destruído automaticamente.
Seguindo pela opção de formar alianças, o jogador pode presentear as tribos vizinhas com comida e também com apresentações artísticas. Pode parecer tolo, mas os desenvolvedores da Maxis foram capazes de fazer até dessas apresentações um momento de muito entretenimento.
Uma vez que sua tribo tenha feito alianças ou destruído tribos suficientes, o jogador pode continuar sua saga através de civilizações modernas, com construções completamente personalizadas, para daí então partir à conquista espacial.
Completo e diferenciado
Graficamente, não há grandes falhas em Spore, visto que manter todos os objetos corporais em harmonia é extremamente difícil com a maleabilidade presente na criação das criaturas. Pequenos serrilhados, modelagens simples e texturas razoáveis preenchem as telas. Sonoramente, o jogo é muito bom, pois cada ambientação é extremamente bem caracterizada com barulhos ambientes e músicas cativantes.
Spore é simplesmente contagiante. O primeiro contato com o jogo logo se transforma em segundo, terceiro, vários contatos. Excelentes horas de diversão são gastas com esta obra-prima da Electronic Arts.